1. O que são probióticos?
São microrganismos vivos, que quando adicionados em determinadas quantidades promovem o bom desenvolvimento do hospedeiro. São adicionados aos sistemas de aquicultura para ajudar a manter a saúde, o desempenho zootécnico e o crescimento dos animais.
Fonte: Apsen Farmacêutica. |
2. Por que usar probióticos?
Décadas de pesquisa sobre a aplicação de probióticos na aquicultura foram impulsionadas principalmente pela necessidade de reduzir ou eliminar os antibióticos e resíduos dos sistemas de produção, e melhorar a sustentabilidade da atividade aquícola. Além disso, os probióticos ajudam na prevenção de doenças causadas por bactérias resistentes aos antibióticos, diminuindo as perdas econômicas causadas por essas doenças.
3. Características para um bom probiótico.
- Boa capacidade de sobrevivência dos agentes probióticos as condições adversas do trato gastrointestinal do hospedeiro;
- Não provocar toxicidade e nem ser patogênico para o homem e nem para os animais;
- Apresentar estabilidade durante o período de estocagem e permanecer viável por longos períodos em condições normais de armazenamento;
- Ter capacidade antagônica às bactérias intestinais indesejáveis e promover efeitos benéficos ao hospedeiro.
4. Melhoria na qualidade de água
Diversas espécies de bactérias probióticas são capazes de melhorar o ambiente dos sistemas de aquicultura. Os patógenos aquáticos são capazes de crescer e proliferar no meio ambiente, pois se beneficiam da alta carga de matéria orgânica oriunda, principalmente, de restos de ração, dos dejetos eliminados pelos animais e do fitoplâncton. Nesse sentido, conforme a matéria orgânica se decompõe, os resíduos de nitrogênio (amônia, nitrito e nitrato) são formados como parte do ciclo do nitrogênio, a água é constantemente ingerida por todos os animais aquáticos, portanto, a melhoria da qualidade da água na aquicultura é um requisito importante tanto para a criação de camarão quanto para a piscicultura. Além disso, água resultante da aquicultura necessita de um tratamento de purificação antes de ser devolvida ao meio ambiente ou de ser reutilizada; para isso existem as bacias de sedimentação, nas quais ocorrem o processo de biorremediação, que ocorre pelo tratamento do efluente por bactérias, dessa forma, reduzindo os resíduos orgânicos e inorgânicos. Mesmo que o processo ocorra de forma natural, é possível acelerá-lo com o uso dos probióticos, tornando a água apta para ser utilizada ou devolvida ao sistema de produção.
5. Tolerância ao estresse
Densidade de estocagem que excedem a capacidade de suporte do sistema de cultivo, o manejo empregado e a má qualidade de água são algumas das causas para o estresse dos animais, este afeta o desempenho zootécnico do animal e o deixa mais suscetível a contrair doenças, gerando prejuízos para o produtor. Visto isso, o manejo adequado e minimamente invasivo é o ideal para evitar o estresse do animal. Testes realizados em laboratório demonstraram que peixes tratados com probióticos apresentaram maior tolerância ao estresse, demonstrando o potencial do seu uso para esta finalidade.
6. Produção de enzimas digestivas e melhorias no sistema imunológico
- Capaz de eliminar os patógenos por meio da síntese de enzimas: ácidos orgânicos voláteis, bacteriocinas e peróxido de hidrogênio;
- Inibe a proliferação de bactérias patogênicas;
- Produção de enzimas digestivas e síntese de vitaminas, como por exemplo, no caso do gênero Bacillus, capaz de produzir amilases e proteases;
- Produção de metabólitos que neutralizam toxinas bacterianas ou inibem sua produção;
- Incremento da imunidade na mucosa intestinal, por meio da produção de imunoglobulinas (IgA), em resposta às bactérias enteropatogênicas.
7. Como avaliar a eficiência de um probiótico?
Além dos testes realizados em laboratórios, alguns aspectos podem indicar a eficiência de um probiótico, tais como:
- Animais apresentando certa resistência frente a infecções e patógenos (principalmente em ambiente com qualidade de água inadequada);
- Melhoria dos índices zootécnicos: crescimento, conversão alimentar, fator de sobrevivência e na produtividade;
- Melhor digestibilidade na alimentação.
8. Onde podem ser aplicados?
- Na ração a ser ofertada aos animais, obedecendo os padrões estabelecidos pelo fabricante e segundo o protocolo vigente adotado;
Fonte: Google Imagens. |
- No sedimento do viveiro, para favorecer os ciclos biogeoquímicos;
Fonte: Google Imagens. |
- Na água, para auxiliar no tratamento da coluna d’água.
Fonte: Google Imagens. |
REFERÊNCIAS
MARTÍNEZ CRUZ, Patricia et al. Use of probiotics in aquaculture. ISRN microbiology, v. 2012, 2012.
RIBEIRO, Paula Adriane Perez; COSTA, Leandro Santos; LOGATO, Priscila Vieira Rosa. Probióticos na aquicultura. Rev. Nutritime, v. 6, n. 1, p. 837-846, 2008.
MOHAPATRA, S. et al. Aquaculture and stress management: a review of probiotic intervention. Journal of animal physiology and animal nutrition, v. 97, n. 3, p. 405-430, 2013.
MENEZES, Francisca Gleire Rodrigues de. Microrganismos benéficos para o crescimento de organismos aquáticos. Fortaleza: Ufc, 2018. Color.
BIOMIN. Probiotics in Aquaculture. Disponível em: https://www.biomin.net/species/aquaculture/probiotics-in-aquaculture. Acesso em: 20 nov. 2020.
TEIXEIRA, A.S. Alimentos e Alimentação dos Animais. Lavras: UFLA / FAEPE, 2001. P.100-102.
Comentários
Postar um comentário