O que é de diversidade biológica?
O conceito de diversidade biológica esteve inicialmente associado ao número de espécies que habitavam determinado espaço geográfico, sendo sinônimo de riqueza específica. Com o passar do tempo, a abundância dessas espécies no ambiente, a variação entre os organismos da mesma espécie, entre outros aspectos, foram somando-se ao conceito, alterando-o profundamente.
- Características
da diversidade
Dessa forma, o conceito contemporâneo de
diversidade biológica procura referir e integrar toda a variedade e variabilidade
que encontramos em organismos vivos, nos seus diferentes níveis, e os ambientes
nos quais estão inseridos. A biodiversidade brasileira é reconhecida como uma
das mais expressivas da biosfera terrestre e tem um papel importante no
bem-estar e na saúde do homem, ao prover produtos básicos e serviços
ecossistêmicos. Os produtos ou bens oriundos do sistema natural incluem
fármacos, alimentos (como pesca), madeira e muitos outros. Os sistemas naturais
também proveem serviços que dão suporte à vida, tais como purificação do ar e
da água, regulação do clima, hábitats reprodutivos e alimentares para
extrativismo, além da manutenção de organismos responsáveis pela ciclagem de
nutrientes do solo, tornando-os disponíveis para absorção pelas plantas.
- Influência para
meio biotecnológico e farmacêutico
Os componentes da biodiversidade são passíveis de fornecer ampla gama de produtos de importância econômica, com destaque para a indústria farmacêutica. Em 2003, estimava-se que cerca de 40% dos medicamentos disponíveis na terapêutica eram desenvolvidos a partir de fontes naturais - plantas, microrganismos e animais Atualmente, acredita-se que esse número ultrapasse 50%. Outro emprego importante da biodiversidade no mercado farmacêutico é na área de produção dos fitomedicamentos, conhecidos como fitoterápicos. Além da área farmacêutica, áreas como agricultura, cosméticos e biotecnologia também fazem uso direto ou indireto dos produtos e serviços relacionados à biodiversidade.
A pele dos anfíbios possui uma grande quantidade de glândulas que liberam secreções para se manter úmida e protegida dos micro-organismos do ambiente. Nesse sentido, possuem um verdadeiro arsenal químico que pode ser uma grande fonte de matéria prima para produção de fármacos que ajudem a tratar doenças, servir com anestésicos, cicatrizantes e compor fórmulas de produtos cosméticos. Essas substâncias já vêm sendo pesquisadas há anos pela indústria farmacêutica. Por exemplo, recentemente foi descoberto que na pele da rã Pseudis paradoxa (uma espécie encontrada no Pantanal Sul-Mato-Grossense) existe uma substância capaz de ajudar no combate à diabetes. Entre as famílias de maior interesse farmacêutico, está a Dendrobatidae, que compreende animais pequenos e muito coloridos.
- Sangue Azul
Existe uma espécie de caranguejo chamada de
ferradura que possui sangue azul, os
caranguejos-ferradura são uma das criaturas mais antigas do mundo, sobreviveram
aos dinossauros e acredita-se que estejam no planeta há pelo menos 450 milhões
de anos. Temos sorte de que esses "fósseis vivos", encontrados nos
oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, ainda estejam por aí, pois eles já
salvaram milhões de vidas. Os cientistas têm extraído o sangue azul da
ferradura para testar se equipamentos médicos e medicamentos intravenosos são
estéreis para uso.
Essa cor azul é proveniente do cobre presente em seu sangue e o sangue contém um produto químico especial que retém as bactérias por meio da coagulação, assim ele pode detectar a presença de bactérias, mesmo em quantidades extremamente baixas, e o agente de coagulação é usado para fazer os testes — o teste Limulus Amebocyte Lysate (LAL) das espécies americanas, e o teste Tachypleus Amebocyte Lysate (TAL) das espécies asiáticas.
Fonte: Google Imagens |
- Pele da tilápia para queimadura
Além da sua utilização na culinária, a tilápia
tem um potencial único no campo da medicina, especificamente para o tratamento
de queimaduras de pele de segundo e terceiro graus.
No Brasil, para tratar queimaduras, usamos
normalmente um creme com efeito de 24 horas. Todos os dias, é preciso trocar o
curativo, tirar o creme, enxaguar a área queimada, colocar o creme novamente e
fazer um novo curativo”, explica Edmar Maciel, cirurgião plástico e presidente
do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), que desenvolveu o procedimento. O
método oferece inúmeros benefícios em relação a outros tratamentos,
permanecendo sobre a queimadura durante vários dias, em função da gravidade do
ferimento, a pele do peixe evita as dores que resultam na necessidade da troca
do curativo.
Por outro lado, tem uma maior quantidade de uma
proteína chamada colágeno tipo 1, uma melhor resistência (similar à pele
humana) e um grau adequado de umidade que ajuda na cicatrização. Por sua boa
aderência, a pele evita a contaminação externa e limita a perda de proteína e
plasma, o que pode gerar desidratação e, em última instância, causar a morte do
paciente.
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