Onde e como ocorreu?
É considerado um dos maiores desastres ambientais que já ocorreu
no país, nele foram encontrados manchas de petróleo ao longo de
todo o Nordeste brasileiro, como essa mistura complexa é extremamente tóxica
para o ambiente, acabou degradando muito o meio.
Essas manchas foram encontradas pela primeira vez em Conde e Pitimbu, na Paraíba, no dia 30 de agosto de 2019, com o passar dos meses foram sendo registrados vestígios em outros estados
do Nordeste, atingindo cerca de 3 mil km do litoral do país. As manchas chegaram nas praias,
mangues, recifes de coral e em outras áreas protegidas, abalando todo o
ecossistema desses locais e toda a cadeia alimentar como consequência.
- Atitude de moradores e pescadores da
região
Ao verem o resultado do que estava acontecendo, voluntários se
prontificaram para tentar remover essa substância das praias.
- Qual foi o impacto?
Morreram muitos animais, a população dos locais afetados relata
que apareceram muitos deles mortos pela costa, a mídia comprovou por meio de
fotos e vídeos.
Por conta disso, a comunidade pesqueira do local sofreu muito com
esse acontecimento, pela quantidade de animais mortos. As manchas de óleo prejudicaram diretamente o
sustento de várias famílias, pois não foi possível realizar a pesca e a
comercialização do pescado nas localidades atingidas. Além
disso, o turismo dessas praias também foi afetado.
- Auxílio do governo para
os pescadores
Na
tentativa de minimizar as dificuldades enfrentadas pelos pescadores artesanais
das áreas afetadas pelas manchas de óleo, o Governo Federal realizou o
pagamento de um auxílio a esses profissionais.
Esse
auxílio foi criado pela Medida Provisória nº 908/2019 e beneficiou milhares de
pescadores dos nove estados do Nordeste e também do Rio de Janeiro e Espírito
Santo.
Segundo
o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os pescadores que
tinham direito ao benefício eram os que possuíam o Registro Geral da Atividade
Pesqueira (RGP) em situação ativa nas categorias peixes, crustáceos, moluscos e
outros organismos e que atendiam aos critérios da Medida Provisória nº
908/2019. No entanto, há relatos de vários pescadores denunciando que não receberam
nenhuma parcela do auxílio financeiro.
- Medidas tomadas
Irá fazer dois anos que esse fato trágico aconteceu, desde então
ficou a cargo da
Marinha do Brasil investigar o ocorrido. Até
hoje não se tem conclusões concretas sobre o caso.
De acordo com algumas pesquisas feitas pela Universidade Federal
de Alagoas (UFAL), provavelmente esse óleo veio do país Camarões, mais especificamente do Golfo da Guiné, sendo resultado
de um vazamento que ocupou uma área de 433,22 km² no continente africano.
- Covid-19 e a investigação do caso
Com
o avanço da pandemia de Covid-19 no Brasil, as pesquisas e monitoramentos sobre
o caso tiveram que ser reduzidas ou suspensas. Além disso, a situação dos
pescadores afetados pelos impactos das manchas de óleo se agravou ainda mais
com a necessidade de manter o isolamento social.
Um
exemplo é o que ocorreu com projetos de pesquisa coordenados pelo oceanógrafo
Gilvan Yogui, especialista em poluição marinha por petróleo e pesquisador da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), dois de seus projetos não receberam
os recursos prometidos e o grupo responsável teve que cancelar saídas para a
coleta de amostras por causa da pandemia.
Nesse
sentido, com o objetivo de fornecer informações para um melhor planejamento das
ações de mitigação dos danos socioeconômicos e ambientais nas áreas atingidas
pelo óleo, as ONGs Oceana, Rare e Conservação Internacional se uniram para
realizar um levantamento de dados acerca dos problemas enfrentados pelas
comunidades pesqueiras tradicionais do Nordeste. Após a organização das
informações obtidas, as ONGs pretendem divulgá-las com o intuito de influenciar
os governos a atuarem mais prontamente junto às essas comunidades.
REFERÊNCIAS
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CORREIA, Mariama. Laboratório identifica possível origem do vazamento de óleo nas praias do Nordeste: pesquisadores da universidade federal de alagoas (ufal) analisaram durante meses manchas de óleo no golfo da guiné, a 200 km de camarões, na áfrica, e acreditam que elas podem explicar a tragédia, que completa um ano no final do mês ainda sem respostas. 2020. Publica. Disponível em: https://apublica.org/2020/08/laboratorio-identifica-possivel-origem-do-vazamento-de-oleo-nas-praias-do-nordeste/. Acesso em: 20 abr. 2021.
SANTOS, Douglas. O que se sabe até agora sobre o derramamento de óleo no Nordeste: Perguntas e respostas sobre o derramamento de óleo na costa brasileira. 2019. WWF - Brasil. Disponível em: https://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?73944/O-que-se-sabe-ate-agora-sobre-o-derramamento-de-oleo-no-Nordeste. Acesso em: 20 abr. 2021.
Pescadores de áreas atingidas por óleo começam a receber auxílio de R$ 1.996 nesta segunda; veja calendário: pagamento será dividido em duas parcelas de r$ 998 e pode ser retirado na rede de atendimento da caixa. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/12/16/pescadores-de-areas-atingidas-por-oleo-comecam-a-receber-auxilio-de-r-1996-nesta-segunda-veja-calendario.ghtml. Acesso em: 20 abr. 2021.
THOMAS, Jennifer Ann. Pandemia interfere na recuperação de áreas atingidas por óleo no nordeste: cidades do litoral foram prejudicadas pelo desastre ambiental e acumulam perdas com a quarentena. 2020. Veja. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/impacto/pandemia-interfere-na-recuperacao-de-areas-atingidas-por-oleo-no-nordeste/. Acesso em: 20 abr. 2021.
MAIS, Redação do Saiba. Ongs vão mapear impactos do vazamento de óleo e covid-19 nas comunidades pesqueiras do Nordeste. 2020. Saiba Mais. Disponível em: https://www.saibamais.jor.br/ongs-vao-mapear-impactos-do-vazamento-de-oleo-e-covid-19-nas-comunidades-pesqueiras-do-nordeste/. Acesso em: 20 abr. 2021.
GAMA, Danielle da. Pandemia agrava situação de pescadores afetados pelo vazamento de óleo no Nordeste: organizações não governamentais firmam aliança para mapear dados e impactos do vazamento de óleo e da pandemia. 2020. Brasil de Fato. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/11/11/pandemia-agrava-situacao-de-pescadores-afetadas-pelo-vazamento-de-oleo-no-nordeste. Acesso em: 20 abr. 2021.
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