Pular para o conteúdo principal

Microplásticos: impactos na vida marinha e como podemos ajudar

        Poluição marinha é aquela caracterizada pela presença de lixos sólidos e poluentes líquidos nas águas dos mares e oceanos, que são frutos de atividade humana. Desse lixo sólido estima-se que 85% seja composto por material plástico, e quais as consequências desses dejetos nos oceanos? Eles causam a morte de centenas de animais marinhos, redução das atividades de pesca, desequilíbrio no ecossistema marinho, contaminação dos animais dentre outros problemas. Previsões apontam que até 2050 terá mais plástico do que peixes no oceano.

Fonte: Operação Porto Seguro. Link: https://operacaoportoseguro.com.br/microplasticos-nos-oceanos-sao-problema-iminente/

       Atualmente, uma das maiores preocupações é a presença de microplásticos (plásticos < 5 mm) na água, ele está dividido em duas categorias: primários e secundários. Microplásticos primários são aqueles libertados diretamente para o ambiente como pequenas partículas, tem como principal origem a lavagem de roupas sintéticas. Microplásticos secundários são aqueles que se dão a partir da degradação de objetos de plástico maiores, como sacos de plásticos, garrafas ou redes de pesca, estes representam mais de 70% da quantidade encontrada no mar. Segundo dados da ONU, há 51 biliões de partículas microplásticas nos mares, 500 vezes mais do que estrelas na nossa galáxia.

Fonte: MODEFICA. Link: https://www.modefica.com.br/microplasticos-o-que-sao/#.Xxos355KjIV

     Um estudo realizado pela Fundação North Sea, em parceria com outras instituições, apontou a presença de microplástico em produtos de beleza e higiene pessoal como esfoliantes, shampoos, sabonetes, pastas de dente, delineadores e desodorantes. Os animais confundem o microplástico com comida. A ingestão de partículas de plástico pode impedi-los de digerir os alimentos normais e originar poluentes químicos tóxicos nos seus organismos, levando-os consequentemente à morte.Um estudo realizado pela Fundação North Sea, em parceria com outras instituições, apontou a presença de microplástico em produtos de beleza e higiene pessoal como esfoliantes, shampoos, sabonetes, pastas de dente, delineadores e desodorantes. Os animais confundem o microplástico com comida. A ingestão de partículas de plástico pode impedi-los de digerir os alimentos normais e originar poluentes químicos tóxicos nos seus organismos, levando-os consequentemente à morte.

Fonte: Microplastic ingestion: the role of taste. Link: https://www.vgconsultoriaambiental.com.br/o-efeito-dos-microplasticos-no-zooplancton-marinho/

         Os seres humanos comem plástico através da cadeia alimentar, mas como exatamente? Plânctons e pequenos animais se alimentam do plástico contaminado e, ao serem comidos por peixes maiores, propagam a intoxicação. No fim da cadeia, quando o ser humano se alimenta desses peixes maiores, está ingerindo também o plástico e os poluentes que se acumularam ao longo desta. Cientistas descobriram microplásticos em 114 espécies aquáticas, das quais mais da metade vêm parar aos nossos pratos, a forma como isso afeta a saúde humana é ainda desconhecida.

        Isso nos leva a refletir sobre nossos hábitos de consumo e o que podemos fazer para diminuir essa contaminação. Durante esse período de pandemia o consumo plástico quadruplicou, principalmente pelo fato de que muitos equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas são de plástico, e grande parte deles está sendo descartada sem cuidado. A preocupação com segurança e contaminação cruzada causou uma maior demanda por garrafas de água, sacolas plásticas e embalagens de uso único. Deliverys também são grandes responsáveis por esse aumento, já que a comida vem toda em embalagens plásticas.

Fonte: Ciclo de vida microplástico. Autor: Devon Bowen.

      Algumas dicas do que podemos fazer é procurar diminuir o uso de deliverys ou procurar restaurantes que façam uso de embalagens biodegradáveis, nos certificar de que as embalagens, luvas e máscaras estão sendo descartadas de maneira correta, fazer compostagem, reciclagem, utilizar papel de jornal para o lixo do banheiro, etc. O efeito da covid-19 será sentido não apenas no sustento das famílias, mas também no planeta, aterros e oceanos. Pequenas ações já ajudam o meio ambiente e sua flora e fauna.

Referências

Plásticos y microplasticos en agua, un problema mundial que afecta nuestros sistemas acuáticos. Espanha: Ingenieria y Región, v. 19, 2018.

Presencia de microplásticos en aguas y su potencial impacto en la salud pública. Alicante, Es: Scielo, v. 93, 28 ago. 2019.

https://www.ecycle.com.br/

https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/society/20181116STO19217/microplasticos-origens-efeitos-e-solucoes

https://www.aquarium.co.za/blog/entry/world-ocean-day-the-problems-with-plastic-and-the-people-who-try-to-solve-t

https://www.uol.com.br/ecoa/amp-stories/pandemia-de-plastico/index.htm

https://forbes.com.br/colunas/2020/04/lixo-plastico-vira-preocupacao-durante-quarentena/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DOENÇAS VIRAIS E BACTERIANAS NA CARCINICULTURA BRASILEIRA

     A criação de camarões marinhos no Brasil é considerada um dos segmentos da aquicultura que se destaca no contexto do setor pesqueiro. Este crescimento também é caracterizado pela intervenção no processo de reprodução e engorda, no que resulta em um aumento nos empreendimentos no sistema intensivo e semi-intensivo de produção.         No entanto, o ritmo do desenvolvimento no Brasil diminuiu nos últimos anos, ocasionada por diversos fatores e, dentre eles pelo surgimento de enfermidades virais e bacterianas. As doenças que acometem os camarões marinhos podem ser causadas por praticamente todos os tipos microrganismos existentes (vírus, bactérias, fungos, entre outros).        A seguir serão apresentadas as principais doenças acometidas em camarões no Brasil: 1. Síndrome da Mancha Branca (WSSV) A doença da Mancha Branca é causada pelo vírus da síndrome da Mancha Branca. A transmissão da doença ocorre de forma vertical e horizontal. O vírus pode ser transmitido por diversos portadore

CERTIFICADOS SEMEP 2020

A Semana da Engenharia de Pesca (SEMEP) é um evento organizado anualmente cujo objetivo é ampliar a formação acadêmica dos discentes do curso de Engenharia de Pesca, por meio de palestras, minicursos, mesas redondas e oficinas.  A edição de 2020 foi realizada de forma completamente remota, entre os dias 9 a 13 de novembro, pelos integrantes do PET-Pesca UFC e com apoio do Centro Acadêmico Stênio de Freitas (CASF). Para ter acesso aos Certificados basta clicar aqui . Aos Organizadores do Evento, para obter acesso aos certificados basta clicar aqui .  

CERTIFICADOS E DECLARAÇÕES DE 2020.2: MINICURSO DE AQUARIOLOGIA, LIBRAS, PALESTRA DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES E MAIS

Mais um semestre se encerra e o PET Engenharia de Pesca esse semestre ofertou Minicursos, Palestras e outras atividades. Diante as circunstâncias que estamos vivenciando, todos esses encontros se deram de forma online. Diante tais fatos, o PET disponibilizará os certificados e declarações de todos que participaram das cinco atividades propostas, que foram:  Minicurso de Aquariologia;  Palestra de Libras; Minicurso de Introdução à Libras; Palestras sobre Atividades Complementares; Grupos de Estudo. Para ter acesso aos certificados basta clicar nos cards correspondentes abaixo:

CERTIFICADOS DO MINICURSO DE APPCC

       Ministrado pela PETiana Egressa e Especialista em Vigilância Sanitária dos Alimentos, Luzanira Colares. O minicurso ocorreu nos dias dias 24 e 31 de Julho das 8h às 12h. Diante isso, o PET Engenharia de Pesca divulga o acesso aos certificados de quem obteve o direito, lembrando que para ter acesso ao certificado foi necessário a presença nos dois dias do minicurso e o envio do memorial solicitado no último dia.     Para ter acesso ao certificado basta clicar aqui  ou na imagem abaixo.

CARCINICULTURA NOS MANGUEZAIS

     O manguezal, por ser uma zona de transição entre o meio marinho e terrestre, é um dos ecossistemas mais ricos e diversificados da natureza, pois serve como berçário para inúmeras espécies aquáticas e possui uma grande produção de matéria orgânica. Atualmente esses locais vem sofrendo com ações antrópicas, que afetam diretamente a fauna marinha e ocasiona uma redução incisiva nos seus estoques naturais. Para identificar a diminuição da diversidade biológica desses locais estão sendo realizados estudos para se entender quais são as possíveis causas e consequências nessas zonas. Os principais fatores observados são: a agricultura, o desmatamento e a carcinicultura (cultivo de crustáceos). Em relação ao Brasil, cerca de 25% dos manguezais foram perdidos em decorrência de atividades humanas, incluindo a carcinicultura (Nascimento, 2011).       No passado existiam leis para conservação desses ambientes, como é o caso das resoluções de números 303 (Proteção dos manguezais e faixas de re

PALESTRA: ATIVIDADES COMPLEMENTARES

MÓDULO 1: MÓDULO 2: MATERIAL DE APOIO: FORMULÁRIO DE PARTICIPAÇÃO: